quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

FESTA DE SÃO JOÃO BOSCO, pai e mestre da juventude

 
João Bosco nasceu no Colle dos Becchi, no Piemonte, Itália, uma localidade junto de Castelnuovo de Asti (agora chama-se Castelnuovo Dom Bosco) a 16 de agosto de 1815. Era filho de humilde família de camponeses. Órfão de pai aos dois anos, viveu sua mocidade e fez os primeiros estudos no meio de inumeráveis trabalhos e dificuldades. Desde os mais tenros anos sentiu-se impelido para o apostolado entre os companheiros. Sua mãe, que era analfabeta, mas rica de sabedoria cristã, com a palavra e com o exemplo animava-o no seu desejo de crescer virtuoso aos olhos de Deus e dos homens.
 
Mesmo diante de todas as dificuldades, João Bosco nunca desistiu. Durante um tempo foi obrigado a mendigar para manter os estudos. Prestou toda a espécie de serviços. Foi costureiro, sapateiro, ferreiro, carpinteiro e, ainda nos tempos livres, estudava música.
 
Queria vivamente ser sacerdote. Dizia: "Quando crescer quero ser sacerdote para tomar conta dos meninos. Os meninos são bons; se há meninos maus é porque não há quem cuide deles". A Divina Providência atendeu os seus anseios. Em 1835 entrou para o seminário de Chieri.
 
Ordenado Sacerdote a 5 de junho de 1841, principiou logo a dar provas do seu zelo apostólico, sob a direção de São José Cafasso, seu confessor. No dia 8 de dezembro desse mesmo ano, iniciou o seu apostolado juvenil em Turim, catequizando um humilde rapaz de nome Bartolomeu Garelli. Começava assim a obra dos Oratórios Festivos, destinada, em tempos difíceis, a preservar da ignorância religiosa e da corrupção, especialmente os filhos do povo.
 
Em 1846 estabeleceu-se definitivamente em Valdocco, bairro de Turim, onde fundou o Oratório de São Francisco de Sales. Ao Oratório juntou uma escola profissional, depois um ginásio, um internato etc. Em 1855 deu o nome de Salesianos aos seus colaboradores. Em 1859 fundou com os seus jovens salesianos a Sociedade ou Congregação Salesiana.
 
Com a ajuda de Santa Maria Domingas Mazzarello, fundou em 1872 o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora para a educação da juventude feminina. Em 1875 enviou a primeira turma de seus missionários para a América do Sul.
 
Foi ele quem mandou os salesianos para fundar o Colégio Santa Rosa em Niterói, primeira casa salesiana do Brasil, e o Liceu Coração de Jesus em São Paulo. Criou ainda a Associação dos Cooperadores Salesianos. Prodígio da Providência divina, a Obra de Dom Bosco é toda ela um poema de fé e caridade. Consumido pelo trabalho, fechou o ciclo de sua vida terrena aos 72 anos de idade, a 31 de janeiro de 1888, deixando a Congregação Religiosa Salesiana espalhada por diversos países da Europa e da América.
 
 
Se em vida foi honrado e admirado, muito mais o foi depois da morte. O seu nome de taumaturgo, de renovador do Sistema Preventivo na educação da juventude, de defensor intrépido da Igreja Católica e de apóstolo da Virgem Auxiliadora se espalhou pelo mundo inteiro e ganhou o coração dos povos. Pio XI, que o conheceu e gozou da sua amizade, canonizou-o na Páscoa de 1934.
 
 
 
 
Apesar dos anos que separam os dias de hoje do tempo em que viveu Dom Bosco, seu amor pelos jovens, sua dedicação e sua herança pedagógica vêm sendo transmitidos por homens e mulheres no mundo inteiro.
 
Hoje Dom Bosco se destaca na história como o grande santo Mestre e Pai da Juventude. Embora tenha feito repercutir pelo mundo o seu carisma e o sistema preventivo de salesiano, que é baseado na Razão, na Religião e na Bondade, Dom Bosco permaneceu durante toda a sua vida em Turim, na Itália. Dedicou-se como ninguém pelo bem-estar de muitos jovens, na maioria órfãos, que vinham do campo para a cidade em busca de emprego e acabavam sendo explorados por empregadores interessados em mão-de-obra barata ou na rua passando fome e convivendo com o crime.
 
Com atitudes audaciosas, pontuadas por diversas inovações, Dom Bosco revolucionou no seu tempo o modelo de ser padre, sempre contando com o apoio e a proteção de Nossa Senhora Auxiliadora. Aliás, o sacerdote sempre considerou como essencial na educação dos jovens a devoção à Maria.
 
Dom Bosco ficou muito famoso pelas frases que usava com os meninos do oratório e com os padres e irmãs que o ajudavam. Embora tenham sido criadas no século passado, essas frases, ainda hoje, são atuais e ricas de sabedoria. Elas demonstram o imenso carinho que Dom Bosco tinha pelos jovens.
 
Entre alguns exemplos, "Basta que sejam jovens para que eu vos ame.", "Prometi a Deus que até meu último suspiro seria para os jovens.", "O que somos é presente de Deus; no que nos transformamos é o nosso presente a Ele", "Ganhai o coração dos jovens por meio do amor", "A música dos jovens se escuta com o coração, não com os ouvidos."
 
O método de apostolado de Dom Bosco era o de partilhar em tudo a vida dos jovens; para isto no concreto abriu escolas de alfabetização, artesanato, casas de hospedagem, campos de diversão para os jovens com catequese e orientação profissional; foi por isso a Igreja reza: "Deus suscitou São João Bosco para dar à juventude um mestre e um pai".
 
De estatura atlética, memória incomum, inclinado à música e a arte, Dom Bosco tinha uma linguagem fácil, espírito de liderança e ótimo escritor. Este grande apóstolo da juventude foi elevado para o céu em 31 de janeiro de 1888 na cidade de Turim; a causa foi o outros, já que afirmava ter sido colocado neste mundo para os outros.


sábado, 26 de janeiro de 2013

A EUCARISTIA COMO SACRIFICIO

Dom Henrique Soares
Auxiliar de Aracajú - SE
 
 
Assim diz o Catecismo da Igreja: “Quando a Igreja celebra a Eucaristia, rememora a Páscoa de Cristo, e esta se torna presente: o sacrifício que Cristo ofereceu uma vez por todas na cruz torna-se sempre atual: Todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, pelo qual Cristo nossa Páscoa foi imolado, efetua-se a obra da nossa redenção. Por ser memorial da páscoa de Cristo, a Eucaristia é também um sacrifício. O caráter sacrifical a Eucaristia é manifestado nas próprias palavras da instituição: ‘Isto é o meu Corpo que será entregue por vós’, e ‘Este cálice é a nova aliança em meu Sangue, que vai ser derramado por vós’ (Lc 22,19s). Na eucaristia, Cristo dá este mesmo corpo que entregou por nós na cruz, o próprio sangue que ‘derramou por muitos para remissão dos pecados’ (Mt 26,28)” (Catecismo da Igreja Católica, 1365). A Celebração Eucarística é, portanto, memorial, isto é, o tornar-se presente, no aqui e no agora da vida da Igreja e da vida de cada um de nós, daquele único e irrepetível sacrifício que Jesus ofereceu na cruz. “O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: ‘É uma só e mesma vítima, é o mesmo que oferece agora pelo ministério dos sacerdotes, que se ofereceu a si mesmo então na cruz. Apenas a maneira de oferecer difere” (Catecismo, 1367).
Assim, a Eucaristia torna presente, “presentifica”, o único e irrepetível sacrifício do Cristo salvador; sacrifício que o Senhor Jesus deu à sua Igreja para que ela o ofereça até que ele venha em sua Glória. Por isso mesmo, é chamado de sacrifício de louvor, sacrifício espiritual (porque oferecido na força do Espírito Santo), sacrifício puro e santo (porque sacrifício do próprio Cristo Jesus). Este santo sacrifício da Missa leva à plenitude todos os sacrifícios de todas as religiões e, particularmente, aqueles do Antigo Testamento. Podemos até recordar as palavras da profecia de Malaquias, na qual Deus prometia a Israel um sacrifício perfeito ao seu nome: “Sim, do levantar do sol ao seu poente o meu nome será grande entre as nações, e em todo lugar será oferecido ao meu nome um sacrifício de incenso e uma oferenda pura” (1,11). Cristo, com seu sacrifício único e irrepetível, que entregou à sua Igreja para celebrá-lo até que ele venha, ofereceu este sacrifício, cumprindo a profecia.
Mas, quando a Igreja fala em sacrifício de Cristo, ela não pensa simplesmente no que aconteceu no Calvário. Toda a existência humana de Jesus teve um caráter sacrifical. O Autor da Carta aos Hebreus, falando do Cristo o momento de sua Encarnação, afirma: “Ao entrar no mundo, ele afirmou: ‘Tu não quiseste sacrifício e oferenda. Tu, porém, formaste-me um corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não foram do teu agrado. Por isso eu digo: Eis-me aqui, - no rolo do livro está escrito a meu respeito – eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb 10,5). Jesus viveu a toda sua vida entre nós, desde o primeiro momento, no amor, no abandono, na obediência, como uma oferta sacrifical ao Pai para nossa salvação. Toda esta existência sacrifical e sacerdotal chegou ao máximo no sacrifício da cruz. Ali, naquele acontecimento tremendo, verificou-se a palavra da Escritura: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o extremo” (Jo 13,1). Assim sendo, quando celebramos a Eucaristia, é toda esta vida sacrifical, esta vida doada aos irmãos por amor ao Pai, que se torna presente sobre o altar para a nossa salvação. Mais ainda: como esta entrega, consumou-se com a resposta do Pai ao seu Filho, ressuscitando-o dentre os mortos, a Eucaristia é o próprio mistério pascal: no altar, torna-se misteriosamente presente a existência humana de Jesus inteira: seus dias entre nós, sua paixão, morte, sepultura, sua ressurreição e ascensão e até mesmo a certeza da sua vinda gloriosa: “Celebrando, agora, ó Pai, a memória da nossa redenção, anunciamos a morte de Cristo e sua descida entre os mortos, proclamamos a sua ressurreição e ascensão à vossa direita, e, esperando a sua vinda gloriosa, nós vos oferecemos o seu Corpo e Sangue, sacrifício do vosso agrado e salvação do mundo inteiro” (Oração eucarística IV).
Porque é o sacrifício do próprio Cristo, Filho de Deus feito homem, numa total obediência amorosa ao Pai por nós, a Eucaristia é aquele sacrifício perfeito de que falava a profecia de Malaquias 1,11. É o que afirma a própria liturgia : “Por Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso, e pela força do Espírito Santo, dais vida e santidade a todas as coisas e não cessais de reunir o vosso povo, para que vos ofereça em toda parte, do nascer ao pôr-do-sol, um sacrifício perfeito” (Oração Eucarística III). A Igreja oferece, pois, este santíssimo sacrifício, de eficácia e valor infinitos, pelos vivos e pelos mortos, por crentes e descrentes e até mesmo por toda a criação: “E agora, ó Pai, lembrai-vos de todos pelos quais vos oferecemos este sacrifício: o vosso servo, o Papa, o nosso Bispo, os bispos do mundo inteiro, os presbíteros e todos os ministros, os fiéis que, em torno deste altar, vos oferecem este sacrifício, o povo que vos pertence e todos aqueles que vos procuram de coração sincero” (Oração Eucarística IV). Neste sacrifício perfeito e infinito, a Igreja louva, agradece, suplica, pede perdão, adora e intercede por si e pelo mundo inteiro, tudo isto unida ao próprio Cristo, seu Cabeça e Esposo. Por isso, nenhuma outra celebração se iguala ao sacrifício eucarístico em força, santidade e eficácia.
Celebrar este sacrifício santo nos compromete profundamente, seja pessoalmente seja como Igreja: “O cálice de bênção que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo?” (1Cor 10,16). Segundo estas palavras de São Paulo, participar da Eucaristia é participar da vida sacrifical de Jesus, é estar dispostos a fazer de nossa vida uma participação no seu sacrifício, completando em nossa existência o mistério da cruz do Senhor (cf. Cl 1,24). Em cada Eucaristia, com Jesus, oferecemos ao Pai a nossa própria vida. Eis como nossa participação no sacrifício eucarístico nos compromete profundamente. Não poderia participar desse Altar quem não estar disposto a se oferecer cada dia com Cristo e como Cristo: “Exorto-vos, portanto, irmãos, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais vossos corpos como hóstia viva, santa e agradável a Deus; este é o vosso culto espiritual. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito” (Rm 12,1-2).
 
 
Pode-se perguntar de que modo um acontecimento ocorrido há dois mil anos pode se tornar presente sobre o Altar. É importante compreender o que significa o “memorial”. Não significa simplesmente recordação ou memória. Nas Escrituras, memorial é dito zikaron e significa tornar presente, por gestos, símbolos e palavras, um fato acontecido no passado uma vez por todas. Uma vez ao ano, os judeus celebravam e celebram ainda hoje a Páscoa, memorial da saída do Egito. Nessa celebração, ele não somente recordam a passagem da escravidão para a liberdade, mas tinham e têm a consciência que, participando da celebração, participam realmente da própria libertação que Deus operara. Tanto isso é verdade que, ainda hoje, aquele que preside à celebração, diz assim: “Em toda geração, cada um deve considerar-se como se tivesse pessoalmente saído do Egito, como está escrito: ‘Explicarás então a teu filho: isto é em memória do que o Senhor fez por mim, quando saí do Egito’. Portanto, é nosso dever agradecer, honrar e louvar, glorificar, celebrar, enaltecer, consagrar, exaltar e adorar a quem realizou todos esses milagres por nossos pais e para nós mesmos. Ele nos conduziu da escravidão à liberdade, do sofrimento à alegria, da desolação a dias festivos, da escuridão a uma grande claridade e do cativeiro à redenção”. E, depois, acrescenta: “Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, rei do universo, que nos redimiste, libertaste nossos pais do Egito, e nos permitiste viver esta noite para participar do Cordeiro, do pão ázimo e das ervas amargas”.Ora, é exatamente isso que a Eucaristia é: memorial da Páscoa do Senhor Jesus. Quando nós a celebramos, torna-se presente no nosso hoje, na nossa vida, na nossa situação, tudo quanto Jesus fez por nós, que alcança seu cume na sua morte e ressurreição. Deste modo, a Páscoa do Senhor está sempre presente e atuante na nossa vida e, através de Jesus e com Jesus, podemos dizer ao Pai como os judeus dizem: “é nosso dever agradecer, honrar e louvar, glorificar, celebrar, enaltecer, consagrar, exaltar e adorar a ti, Adonai, Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo!” Então, em cada missa torna-se presente, atuante, o único sacrifício pascal do Senhor, memorial de sua encarnação, de sua vida humana, de sua paixão, morte e ressurreição, de sua ascensão ao Pai e do dom do Espírito que ele nos fez! Resta apenas recordar que tudo isso acontece na força do Espírito Santo, aquele mesmo Espírito eterno no qual Jesus ofereceu-se ao Pai como vítima sem mancha (cf. Hb 9,14). É este Espírito Santo que, transfigurando o pão e o vinho, torna presente sobre o Altar o Cristo morto e ressuscitado, glorioso, mas trazendo eternamente as chagas da paixão, numa oferta eterna, que jamais passará. Diz a Encíclica sobre a Eucaristia: “A Igreja vive continuamente do sacrifício redentor, e tem acesso a ele não só através duma lembrança cheia de fé, mas também com um contacto atual, porque este sacrifício volta a estar presente, perpetuando-se, sacramentalmente, em cada comunidade que o oferece pela mão do ministro consagrado. Deste modo, a Eucaristia aplica aos homens de hoje a reconciliação obtida de uma vez para sempre por Cristo para humanidade de todos os tempos. Com efeito, o sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício. Já o afirmava em palavras expressivas S. João Crisóstomo: ‘Nós oferecemos sempre o mesmo Cordeiro, e não um hoje e amanhã outro, mas sempre o mesmo. Por este motivo, o sacrifício é sempre um só. [...] Também agora estamos a oferecer a mesma vítima que então foi oferecida e que jamais se exaurirá’. A Missa torna presente o sacrifício da cruz; não é mais um, nem o multiplica. O que se repete é a celebração memorial, a « exposição memorial de modo que o único e definitivo sacrifício redentor de Cristo se atualiza incessantemente no tempo. Portanto, a natureza sacrifical do mistério eucarístico não pode ser entendida como algo isolado, independente da cruz ou com uma referência apenas indireta ao sacrifício do Calvário” (Ecclesia de Eucharistia, 12).
Concluamos com as palavras do Santo Padre: “Quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, este acontecimento central de salvação torna-se realmente presente e realiza-se também a obra da nossa redenção. Este sacrifício é tão decisivo para a salvação do gênero humano que Jesus Cristo realizou-o e só voltou ao Pai depois de nos ter deixado o meio para dele participarmos como se tivéssemos estado presentes. Assim, cada fiel pode tomar parte nela, alimentando-se dos seus frutos inexauríveis. Esta é a fé que as gerações cristãs viveram ao longo dos séculos, e que o magistério da Igreja tem continuamente reafirmado com jubilosa gratidão por dom tão inestimável. É esta verdade que desejo recordar mais uma vez, colocando-me convosco, meus queridos irmãos e irmãs, em adoração diante deste Mistério: mistério grande, mistério de misericórdia. Que mais poderia Jesus ter feito por nós? Verdadeiramente, na Eucaristia demonstra-nos um amor levado até ao “extremo” (cf. Jo 13,1), um amor sem medida” (Ecclesia de Eucharistia, 11).
 
 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

24 de Janeiro: FESTA DE SÃO FRANCISCO DE SALES

Edvaldo Pinho
Diocese de Bonfim, BA
Seminário Maria Mater Ecclesiae do Brasil




O povo cristão pede uma glória
 no nosso Cristo Rei e Senhor
necessitando milagres de  vitória
 pedindo a proteção do Redentor

Assim o Cristo veio trazer para nós  
no dia 21 de agosto de 1567 veio só
trouxe a alegria ao povo e aqui fica
gerando o menino no seio de Francisca
 
Convocado para viver com a humanidade,
nasceu o grande menino Francisco
Para a alegria dos vizinhos da comunidade
viveu com seus  pais em Sales

Era um grande menino loiro
que amava a brincadeira
ao encontrar outros meninos
ensinavam-lhe amizades verdadeiras

Seu velho pai Francisco o amava
com uma vera predileção amparava
escolheu para si um bom amigo
que lhe aconselhava e ensinava

No desejo de um bom cristão
aos 10 anos recebe a comunhão
para a dignidade de sua gratidão
faz-se juntamente a confirmação




Como um fiel e admirável cristão
todos os dias sem exceção faz oração
com bons e santos propósitos
rompe barreiras para sua devoção.

Seu companheiro Padre Deáge
faz-se um grande pai de verdade
vendo no agir do menino
uma alma de boa caridade

Fazer seu programa era indispensável
lia vida de santos para poder imitar
tirar como propósito admirável
ver o perdão de Cristo no ato de confessar

Como muitos jovens são atraídos
pelo amor que é digno do sacrifícios
Francisco sente no seu coração
o forte desejo da Santa consagração



No ano de 1588 fora estudar em Pádua
o sonho do seu pai se ai realizava
queria ele seu filho um advogado
para um bom cargo e  ter doutorado   

Estudar muito era o seu lema
cursar teologia era de interesse
consagrar-se sacerdote era o tema
a alma no sacrifício queria que envelhecesse

Com vinte e quatro anos obteve o doutorado
vivendo como um fiel jovem enamorado
perscruta o desejo no seu coração
a benção, e o milagre da consagração.

Seu pai Francisco teve grande desejo:
pensar que no matrimonio ‘te vejo’
percebendo ser um jovem de Cristo
nega-o e não segue seu conselho

Foi confiado a sua mãe e amigos
o forte desejo de ser dos serviços
mas isso não para seu pai suspeitar
que o grande menino não queira casar

Por fim chega o certo momento,
com seu poder genial de persuasão
leva o seu pai a uma ‘conversão’
trazendo como prêmio o consentimento

Com uma admirável alegria,
vestiu a batina no mesmo dia.
Sendo ordenado sacerdote missionário
Depois de seis meses no seminário
  


Para exercer sua humildade,
Pediu a seu bispo por divina caridade
Que mandasse para evangelização
Num lugar sem honra e proteção

Saiu sem a benção do seu pai
ele foi a um lugar chamado Chablais
onde o Calvinismo ali predominava
mas persiste com o ardor que alimentava

Era um lugar distante e muito perigoso
no caminho foi atacado por um lobo
para sua preservação numa árvore subiu
daí foi embora o ‘demônio’ que ele viu

Cada dia ia surgindo fruto novo
muitas conversões se aproximavam
seus escritos na cidade se espalhavam
o povo voltou ao catolicismo de novo

Foi com as folhas escritas diversas
que depois fora logo publicado
tendo como nome ‘controvérsias’
quem recebia, a uma conversão era chamado


Enfim recebe o título ‘apóstolo de Chablais
por sua dedicação e santidade
pois, “tu és santo e pelo povo trabalhais”
para a salvação da messe e caridade

Monsenhor do Granier viu-o e dignou
de ser um sucessor e bom Pastor
mesmo com uma negação, ele deixou
ser um bispo e para as almas se consagrou

No ano do Senhor de 1604,
A Obra foi descoberta posta em ato
esta obra é o Tratado da devoção,
a fundação da Ordem da Visitação

A obra de Deus foi nele realizada
fez do santo uma verdadeira acesa luz
chega a hora de dizer adeus à vida amada
depois de vinte anos como bispo da cruz

Foi no dia 28 de dezembro de 1622
que o anjo veio nosso bispo buscar
teve a honra de no céu entrar os dois
para uma solenidade preparada começar
  

A partir de então começa a chover milagres
está convocado a ser o santo da amabilidade
em 1661 pelo Papa Alexandre foi beatificado
e pelo mesmo Papa em 1665 foi canonizado

Morreu o nosso querido bispo
para nas alturas dos céus festejar
com a permissão de entrada por Cristo
entre anjos e santo Francisco rejubilar

Deixou-nos do seu ser o grande tesouro
o otimismo de sua espiritualidade
mesmo levado aos Altares de Ouro
nos ensina o perfeito caminho da santidade.

Doutor do divino amor
Francisco buscou a todos amar
Foi manso e humilde Pastor
Soube todas a ovelhas apascentar.

Amante do Sagrado Coração
Do mestre divino na Cruz
A todos ensinou a devoção
Centrada em Cristo Jesus.
  




Oração

Suave Francisco de Sales, vosso coração foi imagem viva do Coração de Cristo, o Bom Pastor; eu vos suplico afastai de meu coração todo ímpeto de egoísmo, sensualidade, vaidade e impaciência. Inflamai o meu coração de bondade, ternura, alegria e misericórdia.

Manso Francisco de Sales, vossa vida foi um contínuo ato de amor a Deus e ao próximo; imprimi em meu coração os sentimentos de amor com que o Espírito Santo vos selou. Ajuda-me a dominar com o auxílio da graça divina todas as seduções do pecado e ser fiel ao plano do amor divino.

Humilde Francisco de Sales, vosso amor pela Cruz do Senhor o levou a morrer a si mesmo para se fazer tudo para todos; eu vos suplico, ensina-me a doar-me sem reservas a todos aqueles que estiverem sob meu olhar.

Bondoso Francisco de Sales, vosso amor a Igreja de Cristo o levou a ser-lhe fiel até a morte; ensina-me a amá-la e ser-lhe filho fiel. Sede meu doce protetor conduzindo-me a plenitude da vida eterna. Amém.