15 de setembro
“Teu filho será causa de queda e reerguimento para muitos. Ele será sinal de contradição e o teu coração será transpassado por uma espada! (Lc. 2, 34-35)”.
“Teu filho será causa de queda e reerguimento para muitos. Ele será sinal de contradição e o teu coração será transpassado por uma espada! (Lc. 2, 34-35)”.
Eis o tesouro onde eram guardadas todas as coisas, todas as lembranças; o Coração de Maria, um coração tão humano, tão cheio de lembranças de momentos de alegrias e de dores. Um coração tão semelhante ao de Jesus, um coração tão cheio de amor.
Simeão predisse os combates, as dores e os sacrifícios que estariam diretamente ligados ao Messias no mistério da redenção.
Foi somente na apresentação do Menino Jesus e pelas palavras de Simeão que Maria viu claramente que o Mistério da Redenção lhe reservava uma boa parte de sofrimentos.
Maria conhecia, como todo o seu povo, as profecias das Sagradas Escrituras referentes ao seu Filhinho, o Messias, o Esperado.
O grande São Bernardo no deixou escrito que: “O Martírio da Virgem comemora-se tanto na Profecia de Simeão, como na própria Paixão do Senhor”.
Martírio de Maria? Na ladainha a invocamos como Rainha dos Mártires, e lemos no Profeta Isaias que: “Ele te coroará com uma coroa de tribulação... (Is. 22, 18)”, podemos concluir que o maior martírio, ou seja, a maior prova de sofrer inocentemente pela verdade e pela justiça no amor de Deus, foi suportado por Jesus e compartilhado por sua Mãe.
O peregrinar de Maria foi um misto de alegrias e dores, assim, logo após as alegrias da anunciação, do nascimento, do reconhecimento e da adoração dos Magos. Temos a dor da profecia de Simeão; a dor da fuga da fúria de Herodes; a dor da perda do Menino Jesus no templo e, em contrapartida, a alegria do reencontro; a dor do encontro a caminho do Calvário; a dor aos pés da cruz; a dor ao receber o corpo inerte e gélido do seu Filho em seus braços e a de ver fechar o túmulo, aliado à alegria de ver o Filho ressuscitado e a de sua Assunção aos céus.
A Grandeza de Maria consiste não só no fato de ser ela a Mãe do Cordeiro Divino, de lhe ter oferecido a carne e o sangue humano, mas também no fato de ter ela mesma nutrido e amparado este cordeirinho e tê-lo conduzido e acompanhado até o altar da cruz.
Foi aos pés da cruz que a Mãe das dores tornou-se a Rainha dos Mártires, e, no dizer de Santo Ambrósio: “Estava ao pé da cruz a Mãe... Olhava com piedade as chagas de Seu Filho sabendo que por elas se ia salvando o mundo”.
A partir do século XIII houve uma explosão de devoções que enalteceram a humanidade de Jesus, ex.: nascimento, a Paixão, etc., e assim também de Sua Mãe Santíssima, atribui-se à belíssima seqüência – Stabat Mater, - Lamentações de Maria (Planctus=Pranto), ao franciscano Jacoponi de Todi.
A liturgia lembra as dores de Maria na Sexta-Feira Santa e no dia 15 de setembro. Foi o Papa Pio VI que introduziu na liturgia a festa de Nossa Senhora das Dores.
Na Igreja os maiores propagadores da Coroa das Dores de Maria são os Servitas – Ordem dos Servos de Maria.
Concluímos com o Beato José de Anchieta em seu poema à Virgem Maria:“Uns açoites e uns cravos, um carvalho nodoso, uma lança e uma coroa ensangüentada, eis toda a minha herança; de tudo isto hei de me apossar como espólio meu legal”.
Bendita sejais, Senhora das Dores!