domingo, 30 de setembro de 2012

FESTA DE SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

"Passarei o meu céu fazendo o bem sobre a Terra"


Teresa Martin nasceu em Aleçon (Orne), pequeno lugarejo da Normandia francesa, no dia 2 de janeiro de 1873 da uma familia rica de profunda fé cristã, última de oito filhos, 3 destes morrerão pequenos, porque naquele tempo a mortalidade infatil não tinha sido vencida. Todavia apesar das tragédias na familia Martin reina uma sólida fé que os consente de passar qualquer problema à presença de Deus.

O pai Louis Martin nascido no dia 22 de Agosto em Bordeaux, era relojoeiro, tinha aprendido o seu trabalho na Suiça, desde menino tinha seguido seu pai em Avignone, Strasburgo e assim conheceu a vida dos campos militares até que este se aposentou e se transferiram a Aleçon no ano de 1830. Louis aos 22 anos sonha uma vida religiosa e se apresenta ao mosteiro do Grande São Bernardo mas não vem aceitado porque não conhecia o latim, todavia por oito anos conduz uma vida quase monástica, toda dedicada ao trabalho, a oração e a leitura.

A mãe Zélie Guérin, nascida o dia 23 de Dezembro de 1831 em uma familia de origem humilde, foi educada por um pai autoritário e por uma mãe muito severa, também ela pensa à vida religiosa, mas o seu pedido de ser acolhida nas freiras do Hotel Dieu d’Aleçon foi negada e então se lança na fabricação do "Ponto de Aleçon" abre uma loja e se transforma em uma hábil trabalhadora e terá sucesso.

Já desde o seu nascimento, Teresa conhece o sofrimento: a somente quinze dias de vida risca de morrer devido a uma enterite aguda. Com dois meses Teresa supera uma crise porém a mãe foi obrigada, sob conselho médico, de separar-se da filha e dá-la por um período a uma ajudante.

Com quatro anos Teresa perde a mãe, devido a um cancer no seio, todavia as irmãs fazem do melhor para crescer a pequena Teresa, no mesmo período se transferem a Lisieux (Calvados). Com nove anos quando sua irmã Paulina, a sua "pequena mãe", entra ao Carmelo da cidade, Teresa cai gravemente doente. Ninguém sabe diagnosticar a doença. Teresa, familiares e amigos oram muito. No dia 13 de Maio de 1883, quando já parecia inevitável a morte, Teresa vê a Virgem sorridente e imediatamente se restabelece. A cura repentna e aquele sorriso materno de Maria a fazem ainda mais determinada a realizar o sonho de sempre ou seja, consagrar-se totalmente ao Amor. Na primeira comunhão (8 de Maio de 1884) Teresa experimentou de sentir-se amada "foi um beijo de amor, me sentia amada e dizia também: Te amo, me dou a ti para sempre".

Sucessivamente também a primogenita Maria entra no Carmelo. Aos 14 anos, Teresa anuncia ao pai a intenção de entrar no Carmelo. Aos 15 anos (o 9 abril 1888) passa pelo portão da clausura, depois de ter obtido – considerada a sua jovem idade – uma autorização particular do papa Leão XIII, que encontrou no dia 20 de novembro de 1887 em Roma. No Carmelo era calmíssima e reencontrou a paz, que não a abandonou mais, nem durante a prova. A madre Gonzaga, apesar da jovem idade de Teresa a tratava com severidade, todavia ela nunca se lamentou.

No entanto as condições do pai pioravam. A arterioesclerose devastou o pai de Teresa que foi interdito e internado por três anos em um hospital. Este fato lhe deu uma terrível dor.

Mas as provas maiores para ela não foram aquela da saúde, mas a "noite" do espirito que a coenvolveu por 18 meses. Experimentou isto não através das frequentações dos ateus, mas no silencio de Deus entendeu a condição do ateu: "Deus permitiu que a alma minha fosse invadida pelas trevas e que o pensamento do Céu, dulcíssimo para mim, não existisse, mas era somente luta e tormento".

A sua saúde ruim todavia não resistia muito tempo ao rigor da regula carmelitana e no dia 30 de setembro de1897, à idade de 24 anos, morrerá de tubercolose, vivendo dia a dia os seus sofrimentos em perfeita união a Jesus Cristo morto em cruz, para a salvação dos homens.

Este período de nove anos transcorridos em uma vida de religiosa, aparentemente sem importância, terão um maravilhoso significado espiritual, tanto mais forte se se considera que naquela época muitas pessoas simples, graças ao seu exemplo, se sentem de poder imitar e alcançar o mesmo nível desta alma sem pretender nada ou sem complicações, mas todavia muito exigente com si mesma. Aquela de Teresa é a "estrada da infância", ou "pequena estrada" que faz reconhecer a própria miséria e se abandona com confiança à bondade de Deus como uma criança nos braços de sua mãe.

Na vida de Teresa tudo é um contraste. A sua linguagem é pobre e frequentemente infantil, mas o seu pensamento é genial. A sua vida aparentemente sem dramas é invés uma tragédia de fé. A sua existência se é passada entre quatro paredes do Carmelo, no entanto a sua mensagem é universal.

Teresa escreveu muito. Compôs tres manuscritos, um no ano de 1895, "Historia de uma alma" (chamado manuscrito A), autobiografia escrita porque pedida pela irmã Paulina (madre Agnese) um outro no ano 1897 (chamado manuscrito B), ano em que escreve para obedecer à sua priora. As suas irmãs depois recolheram as suas "últimas conversações" no maio de 1897 no dia da sua morte (este chamado manuscrito C). Ficam admirados também pelo grande número de cartas enviadas à familia e das numerosas poesias que compôs. Teresa sofreu muito. As provas espirituais que passou no curso desta vida escondida (noite da fé, vazio espiritual, tentação de não crer) a fazem muito perto àqueles que duvidam e não creem.

Teresa é conhecida quando morre em 1897, mas quando vem canonizada venti oito anos mais tarde, em 1925, a fama da sua santidade se é espalhada rapidamente no mundo inteiro: Lisieux será uma das destinações mais procuradas da grande massa de fiéis de todas as partes do mundo. Teresa vem proclamada, no mesmo ano, sempre pelo papa Pio XI padroeiro universal das Missões, - que ela rezou sempre sem trégua –padroeira da França, como Joana d’Arco.

Em 1997, centenário da sua morte, Teresa é declarada "Doutora da Igreja", a terceira mulher que alcança o máximo de consideração teolgóica em dois mil anos de Cristianismo, depois de Santa Caterina de Siena e Santa Teresa d’Avila.

O santo é visto como um protótipo que polariza as energias e indica como realizar o Evangelho em uma determinada época. S. Teresa de Lisieux é profundamente moderna porque ajuda o espirito e o coração a fundir as coisas da terra àquelas do céu e entender as coisas de Deus, do seu Amor, aos comportamentos mais concretos.

Na linguagem de hoje se fala frequentemente de tensão, para exprimir a dificuldade que tem um homem em viver coscientemente a nível espiritual. S. Teresa nos oferece um equilíbrio harmonioso. Por este motivo pode ser facilmente utilizada como modelo de vida espiritual.




sábado, 22 de setembro de 2012

MARIA, MATER MISERICORDIAE

Doravante as gerações me chamarão Bem-Aventurada.


Existe uma íntima relação entre Maria Santíssima, a Mãe de Jesus, o mistério da misericórdia divina e a prática da misericórdia. Maria está desde a sua concepção envolta na misericórdia infinita do Pai, pelo Filho e no Espírito (preservada do pecado e do demônio), ao mesmo tempo em que o seu agir – antes e depois da sua Assunção – está assinalado pelo amor efetivo aos seres humanos (especialmente pelos pecadores e sofredores).
Oficialmente a Igreja Católica aprovou a 15/8/1986 o formulário da Missa Votiva “Santa Maria, Rainha e Mãe de Misericórdia”, importante marco para a história de sua veneração – sem nos esquecermos de que a 30/11/1980 o Papa João Paulo II destacara na sua Encíclica Dives in misericordia que Maria é a “pessoa que conhece mais a fundo o mistério da misericórdia divina” (n. 9). Anos depois o Catecismo da Igreja Católica (1997) dirá que ao rezar na Ave-Maria: “rogai por nós, pecadores”, estamos recorrendo à “Mãe da misericórdia” (n. 2677).
A invocação “Salve, Rainha de misericórdia” se encontra pela primeira vez com o Bispo Adhémar, de Le Puy (+ 1098); destaca a qualidade do olhar materno de Maria: “esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei”, e conclui com o sentido desta sua misericórdia: “ó clemente, ó piedosa, ó doce, Virgem Maria”. Já o título “Mãe de Misericórdia” se crê que foi dado pela primeira vez a Maria por Santo Odão (+942), abade de Cluny. “Ego sum Matermisericordiae” (Eu sou a Mãe de Misericórdia), Maria lhe teria dito em sonho.
No mundo oriental podemos encontrar testemunhos ainda mais antigos. O padre oriental da Tiago de Sarug (+521), aplicou a Maria explicitamente o título de “Mãe de misericórdia” (Sermo de transitu), o que é por muitos considerado como sua primeira atribuição em absoluto.

Relação com a Mensagem da Divina Misericórdia

Em Vilna, capital da Lituânia, se venera a imagem da Mãe da Misericórdia de AušrosVartai (Portal da Aurora) desde 1522, localizada numa das entradas do antigo muro. Em 1773 o Papa Clemente XIV concedia indulgências a quem rezasse ali com devoção, e em 1927 o Papa Pio XI permitiu que a pintura fosse solenemente coroada com o título de Maria, Mãe de Misericórdia. Sua festa é celebrada a 16 de novembro.

Em nossos tempos, Santa Faustina Kowalska†, mística polonesa, nos repropõe a centralidade da Divina Misericórdia para a fé e a vida da Igreja, recorrendo a Maria Santíssima como Mãe da Misericórdia, padroeira da Congregação religiosa a que pertencia (cf. Diário 79, 449, 1560), cuja festa celebravam (a Congregação) em 5 de agosto. Por Providência divina, a primeira vez em que a imagem de Jesus Misericordioso foi publicamente venerada foi justamente em Vilna (cf. Diário, 417).
Em qual sentido podemos proclamar Maria como Mãe de misericórdia? Sem cometer o grave equívoco de pensar que a misericórdia é reservada a Maria e a justiça a Jesus (como muitos medievais chegaram a pensar), o título “Mãe da Misericórdia” ou “Mãe de misericórdia” assim se justifica: Maria é a mulher que experimentou de modo único a misericórdia de Deus – que a envolveu de modo particular desde a sua Imaculada Conceição, passando pela Anunciação, como discípula fiel do seu Filho, até o grande momento da Sua Páscoa (paixão, morte, ressurreição, glorificação e Pentecostes). Ela é kecharitoméne, “cheia de graça”, ou seja, totalmente transformada pela benevolência divina (cf. Ef 1,6).

Maria é a mãe que gerou a misericórdia divina encarnada – graça extraodinária que coloca a jovem Maria, a partir da Encarnação do Filho de Deus, numa relação inimaginável de intimidade com o próprio “Pai das misericórdias” (2Cor 1,3). A partir do seu “eis-me aqui” e o seu “faça-se”, a misericórdia divina se faz carne e entra na história!Maria é a profetisa que exalta a misericórdia de Deus – pois no seu cântico o “Magnificat” por duas vezes – unida ao Filho do Altíssimo e ao seu Espírito – ela louva ao Pai misericordioso: “a sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem”; “socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia” (Lc1,50.54).
Maria é a intercessora incansável do povo de Deus – elevada aos Céus em corpo e alma, Maria não deixa de apresentar as necessidades dos fiéis ao seu Filho, a quem rogou pelos esposos de Caná, quando vivia na terra (cf. Jo 2,1ss). Ela “continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna”, ensina o Concílio Vaticano II (Lumen gentium, n. 62), praticando assim a misericórdia, sobretudo para com os que padecem dos males da alma (pecadores), mas também do corpo (todos que sofrem).Maria é a apóstola incansável da misericórdia divina – com a permissão e o envio do seu Filho, Maria visitou inúmeras vezes os seus filhos ainda peregrinos neste mundo, o que podemos contemplar nas aparições que já gozam de beneplácito eclesial (Guadalupe, La Salette, Lourdes, Knock, Fátima etc.), convidando a todos a se aproximarem do “trono da graça” que é o seu Filho. Com o seu coração compassivo de Mãe, não poderia permanecer indiferente às mazelas dos seus filhos neste vale de lágrimas!

A Mãe de Jesus e nossa merece, portanto, ser honrada como Mãe da Misericórdia e Mãe de misericórdia! Ó Maria, Mãe que experimentastes e gerastes a Misericórdia, Mãe que proclamais e exerceis a misericórdia, fazei de nós autênticos apóstolos deste mesmo mistério de amor em nossos tempos. Amém.


sábado, 15 de setembro de 2012

MÃE E SENHORA DAS DORES

15 de setembro
“Teu filho será causa de queda e reerguimento para muitos. Ele será sinal de contradição e o teu coração será transpassado por uma espada! (Lc. 2, 34-35)”.


Eis o tesouro onde eram guardadas todas as coisas, todas as lembranças; o Coração de Maria, um coração tão humano, tão cheio de lembranças de momentos de alegrias e de dores. Um coração tão semelhante ao de Jesus, um coração tão cheio de amor.
Simeão predisse os combates, as dores e os sacrifícios que estariam diretamente ligados ao Messias no mistério da redenção.

Foi somente na apresentação do Menino Jesus e pelas palavras de Simeão que Maria viu claramente que o Mistério da Redenção lhe reservava uma boa parte de sofrimentos.
Maria conhecia, como todo o seu povo, as profecias das Sagradas Escrituras referentes ao seu Filhinho, o Messias, o Esperado.

O grande São Bernardo no deixou escrito que: “O Martírio da Virgem comemora-se tanto na Profecia de Simeão, como na própria Paixão do Senhor”.
Martírio de Maria? Na ladainha a invocamos como Rainha dos Mártires, e lemos no Profeta Isaias que: “Ele te coroará com uma coroa de tribulação... (Is. 22, 18)”, podemos concluir que o maior martírio, ou seja, a maior prova de sofrer inocentemente pela verdade e pela justiça no amor de Deus, foi suportado por Jesus e compartilhado por sua Mãe.

O peregrinar de Maria foi um misto de alegrias e dores, assim, logo após as alegrias da anunciação, do nascimento, do reconhecimento e da adoração dos Magos. Temos a dor da profecia de Simeão; a dor da fuga da fúria de Herodes; a dor da perda do Menino Jesus no templo e, em contrapartida, a alegria do reencontro; a dor do encontro a caminho do Calvário; a dor aos pés da cruz; a dor ao receber o corpo inerte e gélido do seu Filho em seus braços e a de ver fechar o túmulo, aliado à alegria de ver o Filho ressuscitado e a de sua Assunção aos céus.

A Grandeza de Maria consiste não só no fato de ser ela a Mãe do Cordeiro Divino, de lhe ter oferecido a carne e o sangue humano, mas também no fato de ter ela mesma nutrido e amparado este cordeirinho e tê-lo conduzido e acompanhado até o altar da cruz.
Foi aos pés da cruz que a Mãe das dores tornou-se a Rainha dos Mártires, e, no dizer de Santo Ambrósio: “Estava ao pé da cruz a Mãe... Olhava com piedade as chagas de Seu Filho sabendo que por elas se ia salvando o mundo”.

A partir do século XIII houve uma explosão de devoções que enalteceram a humanidade de Jesus, ex.: nascimento, a Paixão, etc., e assim também de Sua Mãe Santíssima, atribui-se à belíssima seqüência – Stabat Mater, - Lamentações de Maria (Planctus=Pranto), ao franciscano Jacoponi de Todi.

A liturgia lembra as dores de Maria na Sexta-Feira Santa e no dia 15 de setembro. Foi o Papa Pio VI que introduziu na liturgia a festa de Nossa Senhora das Dores.
Na Igreja os maiores propagadores da Coroa das Dores de Maria são os Servitas – Ordem dos Servos de Maria.

Concluímos com o Beato José de Anchieta em seu poema à Virgem Maria:“Uns açoites e uns cravos, um carvalho nodoso, uma lança e uma coroa ensangüentada, eis toda a minha herança; de tudo isto hei de me apossar como espólio meu legal”.


Bendita sejais, Senhora das Dores!


sábado, 8 de setembro de 2012

AMIZADE ESPIRITUAL

São Vicente de Paulo e São Francisco de Sales

A igreja é uma comunidade espiritual. A comunidade espiritual é um mistério divino. Sua edificação não depende de programas; de passos-a-passos ou de livros do tipo “como fazer”. Não!!!
O nascimento de uma comunidade espiritual ou de fé é obra exclusiva do Senhor Jesus Cristo. Em Mt 16:18 Jesus diz ao apóstolo Pedro:
“…edificarei a minha igreja…”
Logo, viver em comunidade espiritual é um milagre da graça de Deus. Contudo, uma coisa que devemos ter em mente é que, mesmo sendo um mistério de Deus na sua edificação, a comunidade espiritual é caracterizada por algo muito especial.
Conforme o texto de João 15:15 o mistério da comunidade espiritual se dá em meio ao mistério da amizade de Jesus com seu povo. Ele mesmo disse :
“…eu vos chamo amigos…”
Contudo, como se dá esta amizade de Jesus com seu povo dentro do contexto de comunidade espiritual (de fé – igreja)? Na comunidade a amizade de Jesus se dá através da amizade espiritual com os irmãos.
Assim, podemos dizer que o que caracteriza uma comunidade espiritual é a presença de amigos espirituais ou amigos da alma. E a grande verdade é que TODOS PRECISAM DE AMIGOS ESPIRITUAIS. Eu preciso, você precisa. Nós precisamos!
Viver em comunidade evoca algumas realidades como segurança, aceitação, companheirismo etc. E somente num ambiente de amizades espirituais é que estas coisas são possíveis.
Mas, agora é necessário nos perguntarmos: o que caracteriza uma amizade espiritual ou um amigo da alma? Nós veremos que é algo bem diferente do que temos encontrado nas igrejas hoje.
 Primeiramente…
 UM AMIGO ESPIRITUAL É UM COMPANHEIRO DE JORNADA:
É alguém que caminha com a gente. Alguém que está ao nosso lado, indo junto conosco seja para dentro da fornalha ardente ou para o monte da transfiguração.
E eu acredito, que é isso que  devemos encontrar na igreja: companheiros e companheiras de travessia no deserto, mas também, de escalada no monte.
Não resta dúvidas que o deserto é muito mais fácil de ser atravessado quando em companhia de outros. Deserto é lugar de peregrinação comunitária.
Com certeza, a igreja deveria ser o último lugar em que alguém se sentisse sozinho. Verdadeiramente, amigos e amigas espirituais são companheiros de jornada. Pois, a vida cristã é uma jornada rumo a Deus.
Em segundo lugar…
UM AMIGO ESPIRITUAL É UM BOM OUVINTE:
Um amigo espiritual está pronto a nos ouvir. Ah! E como nós precisamos desesperadamente de quem nos ouça. Às vezes parece que a gente não vai agüentar e vai explodir de tanta pressão. Não é verdade?
O amigo espiritual recebe o nosso pedido: “rapaz, eu já não agüento mais! Eu preciso desabafar com você.” Ao que ele nos responde: “Pode falar, estou te escutando”.
Acredito que a igreja deve ser composta por pessoas que obedeçam a Tg 1:19:
 “…todo homem deve estar pronto a ouvir; ser tardio para falar e tardio para se irar”.
A grande verdadeé que muitas vezes a gente não está precisando de respostas, mas de um ouvido que nos ouça.
E amigos espirituais param tudo para nos ouvir: nosso choro; nosso lamento; nossas crises; nossas dúvidas e até mesmo as nossas besteiras e infantilidades. Por que não!? Amigos espirituais levam o pacote todo.
 Por último…
UM AMIGO ESPIRITUAL É ALGUÉM QUE DIVIDE O FARDO CONOSCO:
Você já teve a sensação de que alguém estava tentando concertar você? Acredito que não há nada mais frustrante do que isso.
E infelizmente isso acontece demais nas igrejas. Por exemplo: um irmão procura um outro irmão para desabafar seja o que for. De repente este outro irmão abre a Bíblia e desfere um mini sermão: “Está escrito isso e isso… e se você fizer isso e isso e isso…com certeza as coisas vão mudar”.
Que tragédia amados quando isso acontece. As pessoas vão á procura de um amigo espiritual e o que encontram é um “especialista em concertar a vida dos outros á luz da Bíblia”.
Não resta dúvidas,  as igrejas não precisam de especialistas. Nós estamos sedentos por amizades espirituais que cumpram o simples mandamento apostólico que nos exorta:
 “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram”(Rm 12:15).
Às vezes a única coisa que a gente está precisando é de alguém que, depois de nos ouvir, em silêncio nos abrace e chore conosco, dividindo assim o fardo que tanto nos oprime.
Que na igreja não tenhamos especialistas que tentam concertar nossa vida. Não! Que a igreja de Cristo seja uma comunidade formada de amigos espirituais que levam a carga uns dos outros
***
Que esta amizade espiritual comece pelos pastores; que eles possam ser amigos da alma de cada uma de suas ovelhas.
E que elas sejam de seus pastores. E que sejam também umas das outras. E que o Senhor abençoe Sua noiva neste propósito.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O BOM PASTOR QUE CONTEMPLAMOS


Nossa vocação consiste na continua contemplação do Bom Pastor na Cruz, no ato oblativo de dar a sua vida pelas suas ovelhas. Em Maria a Virgem Apascentadora encontramos a boa Mãe que nos apascenta e nos guia na nossa missão.