Pe. Carlos Martins de Borba, osfs
Fontes: Texto retirado da revista VIVA JESUS dos Oblatos de São Francisco de Sales
No dia 24 de janeiro a Igreja recorda a vida de São Francisco de Sales. Sinto-me pequeno diante da grandeza do testemunho de vida deste Santo. Neste pequeno artigo quero relembrar alguns aspectos de sua vida que levou a Igreja a declará-lo como “Doutor do Amor de Deus”. A oração da liturgia daquele dia assim reza: “Ó Deus, quisestes que São Francisco de Sales se fizesse tudo para todos... acendei em nós o fogo do Espírito Santo que inflamava o seu coração terníssimo... e concedei-nos, imitar a caridade e mansidão para com ele chegarmos à glória...”.
Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor (Jo 10. 16)
TUDO PARA TODOS:
Assim viveu São Francisco de Sales. No mês de julho de 1605, o Bispo Francisco de Sales foi fazer uma visita pastoral no Chablais (região em que ele realizou, como padre, sua primeira experiência de pastor e evangelizador). Conta-se que os ministros calvinistas contrataram um jovem, filho de um médico de Genebra, para seguir os passos do Bispo.
Assim viveu São Francisco de Sales. No mês de julho de 1605, o Bispo Francisco de Sales foi fazer uma visita pastoral no Chablais (região em que ele realizou, como padre, sua primeira experiência de pastor e evangelizador). Conta-se que os ministros calvinistas contrataram um jovem, filho de um médico de Genebra, para seguir os passos do Bispo.
Francisco tinha tanto trabalho que chegou a ficar doente e com muita febre. Estando num quarto a recuperar a saúde, ouve do outro lado da sala a voz deste jovem gracejando sobre a vida ociosa do Bispo. Francisco manda chamá-lo. Depois de cumprimentá-lo pede para lhe tomar o pulso... O jovem ficou impressionado com as palavras do Bispo e também surpreendido porque ninguém daquele lugar sabia que ele tinha conhecimento de medicina. Depois de falar que estava observando seus passos, perguntou: “-O que anda fazendo por estes lugarejos?” E Francisco responde: “Ando a procura das minhas ovelhas”. E abraçando-o com ternura diz; “vós sois uma delas”. E o rapaz, comovido, caiu de joelhos diante do Bispo e pedia instrução sobre sua fé. Passados 10 dias, o Santo acolhia-o, convertido, na Igreja de Cristo. E assim ele continuava fazendo suas visitas pastorais a pé, como era seu costume, por toda a diocese, fazendo-se tudo para todos.
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem”. (Jo 10.27)
CORAÇÃO TERNÍSSIMO:
Um outro fato aconteceu. Certo dia, duas jovens se apresentaram ao Mosteiro da Visitação de Annecy. Queriam se consagrar a Deus mas com a condição de continuar usando brincos nas orelhas e anel nos dedos. A Madre Francisca de Chantal e a comunidade não concordaram: Francisco porém, agiu diferente... Com um coração terníssimo percebeu que por trás destas vaidades, existiam boas manifestações vocacionais e disse: “Devemos suportar o próximo, até mesmo nas suas infantilidades”, e adimitiu-as.
Um outro fato aconteceu. Certo dia, duas jovens se apresentaram ao Mosteiro da Visitação de Annecy. Queriam se consagrar a Deus mas com a condição de continuar usando brincos nas orelhas e anel nos dedos. A Madre Francisca de Chantal e a comunidade não concordaram: Francisco porém, agiu diferente... Com um coração terníssimo percebeu que por trás destas vaidades, existiam boas manifestações vocacionais e disse: “Devemos suportar o próximo, até mesmo nas suas infantilidades”, e adimitiu-as.
Francisco de Sales aproveitava todas as oportunidades para instruí-las: “Se tiver que pender para algum extremo, que seja para o lado da doçura. O coração humano é assim: irrita-se com rigor. Tudo pela doçura e nada à força. A violência desordena tudo, azeda os corações e gera o ódio... As saladas, para serem boas, devem levar mais azeite que vinagre. Mais vale fazer pouco e bem; não é pela multiplicidade das coisas que fazemos que adiantamos na perfeição, é pelo fervor com que as fazemos. A devoção é um fervor suave, tranqüilo, judicioso; porém, a pressa é a sua ruína”.
Depois desta instrução, as jovens aceitaram os conselhos e foram admitidas ao noviciado. E, tão logo, as noviças, tão envergonhadas, pediram perdão à comunidade. Era, então, com esta amabilidade que Francisco usava meios simples e suaves que com firmeza ajudava as pessoas a deixar a vaidade e a moleza, em vista de se darem totalmente a Deus.
“Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância.
Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas”. (Jo 10.10-11)
Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas”. (Jo 10.10-11)
CARIDADE E MANSIDÃO:
A caridade e a mansidão marcaram a sua vida e a sua missão. Conta-se que no ano de 1605 Francisco se encontrava no povoado deLa Roche. Após suas pregações ele começou a visitar os doentes nas terças e sextas-feiras. Confortava-os, ensinando como aceitar e entender a realidade da dor e da doença. Numa destas visitas caridosas, o Santo encontrou um surdo-mudo. O pobre sujeito tinha boa disposição, boa apresentação e uma certa inclinação respeitosa para com o Santo, de maneira que, apesar de sua limitação, freqüentava sempre suas pregações. Como sempre pedia esmolas, as pessoas não ligavam para sua constante presença.
A caridade e a mansidão marcaram a sua vida e a sua missão. Conta-se que no ano de 1605 Francisco se encontrava no povoado de
Francisco, no entanto, tomando o pobre pela mão o levou consigo para cumulá-lo permanente com sua zelosa caridade. Com paciência e mansidão, Francisco conseguiu, com a ajuda de Deus, abrir-lhe a compreensão por meio de sinais e gestos das mãos, dos olhos e do resto, de maneira que lhe ensinou a rezar, confessar com sinais e receber a Santa Comunhão. Francisco de Sales queria ser ele mesmo o confessor do pobre surdo. De lá em diante o teve em sua casa e pediu para que todos cuidassem dele com a mesma caridade.
Portanto, vale a pena recordar algumas atitudes de São Francisco de Sales. Lendo seus escritos, a gente se encanta com tantas manifestações de amor e ternura que expressam o amor e a ternura do nosso Deus. Mas, não basta só recordar, é preciso viver...