sábado, 23 de março de 2013

O CORDEIRO E O PASTOR

Pe. Alessandro de Borbón LC


Ao pensar na palavra “pastor”, vem logo à nossa mente a figura do Bom Pastor, aquele que vela pelas suas ovelhas; que está disposto a deixar as noventa e nove para ir atrás daquela que se perdeu; que coloca a ovelha perdida sobre os seus ombros e a carrega com amor e paciência. O Bom Pastor vive em função das suas ovelhas. São a única preocupação e dedicação. Busca levá-las para melhores pastagens, para onde tiver água. No momento do perigo levanta o seu bastão e o seu cajado para que elas se sosseguem. Protege a cada uma delas. Conhece e chama cada uma por seu nome. Sem dúvida, Jesus é o nosso Bom Pastor que assumiu a nossa condição humana e veio ao nosso encontro. Ele nos leva a uma vida nova, onde podemos encontrar a vida verdadeira e deixar a nossa vida de pecado, os nossos medos e complexos.

Quando pensamos na palavra “cordeiro”, imaginamos a um animal dócil, indefeso, manso, que precisa ser conduzido e protegido. Que fica quieto e vulnerável diante do tosquiador. Cristo nestes dias também de apresentará como manso cordeiro conduzido ao matadouro. Como ovelha muda diante do tosquiador. Ficará calado diante dos que o julgam. Não abrirá a boca quando será maltratado. Suportará tudo sem nenhuma queixa. Como o cordeiro expiatório que era enviado ao deserto carregando sobre si todos os pecados, Cristo carregará sobre si os nossos pecados. Será triturado por causa das nossas iniqüidades. O castigo que nos salva pesará totalmente sobre Ele. E seremos curados graças às suas chagas.

Ser Cordeiro e ser Pastor: missão de Jesus Cristo, missão de todos os sacerdotes. Mas para poder ser pastor, devemos em primeiro lugar sermos cordeiros. A verdadeira missão de Cristo só foi entendida plenamente à luz da sua morte e ressurreição. Somente quando ele se fez cordeiro e se entregou voluntariamente é quando pode chegar ao consumatum est. E começou a ser plenamente pastor universal de todos nós com o seu exemplo e ao dar a sua vida. Não existe melhor amigo que aquele que dá a sua vida pelos amigos (Jo 15,13). O sacerdote começará a ser verdadeiramente sacerdote e pastor quando entender que a sua missão é carregar sobre si as penas dos pecados dos outros. O Cura d´Ars ao dar a penitencia durante a
confissão buscava ser misericordioso e suave com o penitente. Mas era exigente e árduo consigo mesmo, obrigando-se a dar uma penitencia pesada para si em reparação pelo pecado escutado.

Também como manso cordeiro, devemos ser conduzidos ao matadouro e no “martírio branco” da nossa vida ordinária – nas pequenas renuncias (e quantas renuncias devemos fazer todos os dias), nos pequenos oferecimentos e sacrifícios -, devemos aprender a morrer pouco a pouco, dia a dia, às nossas paixões, ao nosso egoísmo e a nós mesmos. Aprendeu sofrendo e obedecer e obedeceu até a morte. Não existe redenção sem morte e ressurreição. Não existe sacerdócio sem cruz. Não existe Cristo e cruz sem Cristo. Levamos cada um a nossa cruz, mas sabemos que é a cruz de Cristo. E é a cruz que nos levará à redenção. Se não pregamos a Cristo e Cristo crucificado, não estaremos cumprindo a nossa missão. Mas sabemos igualmente que depois da cruz vem a ressurreição. Vã seria a nossa fé se não fosse pela ressurreição.

Nesta Semana Santa, vamos fazer a experiência de sermos cordeiros, de oferecermos em sacrifício as nossas vidas para podermos ser bons pastores.


CONSAGRAÇÃO

Senhor Jesus Cristo, Pastor da minha alma. Consagro-me inteiramente a Vós:
Consagro-vos meus olhos para contemplar-vos, meu coração para amar-vos, meus ouvidos para escutar-vos, minha língua para anunciar-vos e minha vocação para imitar-vos.
Entrego-me a vós, para que por mim apascenteis as vossas ovelhas..
Amém.



quinta-feira, 14 de março de 2013

PAPA FRANCISCO: Papa da Misericórdia


Escolhido pela Misericórdia



"Alegrai-vos sempre no Senhor"


"Orai e vigiai para não caires em tentação"


"Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso"

Com o nome de Francisco, o argentino Jorge Mario Bergoglio é o novo papa da Igreja Católica. O anúncio de 'habemus papam' foi feito às 16h14 (horário de Brasília) desta quarta-feira (13/03).
 
O jesuíta Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires no dia 17 de dezembro de 1936.
Em 1958, aos 22 anos, após o curso no seminário no bairro Villa Devoto, entrou para a Sociedade de Jesus. Foi ordenado padre pelos jesuítas em 1959, aos 23 anos, enquanto fazia teologia efilosofia na Faculdade de San Miguel.
Dez anos depois, pelas mãos de Dom Ramón José Castellano recebeu a ordenação presbiteral no dia 13 de dezembro. De 1973 a 1979, Bergoglio foi provinciano pela Argentina e a partir de 1980, reitor da faculdade de San Miguel, cargo que ocupou durante seis anos de sua vida.
O argentino, em 1992, foi ordenado bispo pelas mãos de Antonio Quarracino, Dom Mario José Serra e Dom Eduardo Vicente Mirás. Elevado a arcebispo em 1997, passando a comandar a arquidiocese de Buenos Aires.
O novo papa foi criado cardeal no consistório em 2001, presidido por João Paulo II, recebendo o título de cardeal-presbítero de São Roberto Bellarmino.

Jorge Mario Bergoglio também foi membro da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos, das Sociedades da Vida Apostólica, do Conselho Pontifício para a Família e da Comissão Pontifícia para a América Latina, e da Congregação para o Clero e da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada. 

Francisco já teve indicação para o cargo desde o conclave que elegeu Bento 16 para a sucessão do polonês João Paulo 2º, em 2005. Já em 2010 o então arcebispo de Buenos Aires, defendeu que a adoção de uma criança deveria ser feita por um casal com uma mãe e um pai e não por casais de mesmo sexo.







sexta-feira, 1 de março de 2013

Irmã Francisca Teresa (Leônia Martin)


Nasceu em Alençon (França), a 3 de junho de 1863, e por 16 meses se debateu entre a vida e a morte. Suas irmãs Maria, Paulina, Celina e Teresa (Santa Teresinha do Menino Jesus) entram para o Carmelo... Esta última no dia da sua Profissão Perpétua faz a seguinte oração ao Senhor: “Meu Deus, fazei que seja Vossa Vontade que Leônia se torne Visitandina. E se ela não tem vocação, eu Vos peço que lha deis. Vós não podeis recusar-me isto!”. Dois anos antes de sua morte, ainda lhe escreve : “ ....no céu rezarei por ti, esteja certa de que não te esquecerei”... e a Maria faz esta confidência: “... após a minha morte farei com que Leônia entre na Visitação e lá ela permanecerá”. Leônia entra no Mosteiro da Visitação de Caen em 1899 e em 30 de junho do mesmo ano recebe o hábito e o nome de Irmã Francisca Teresa. A 2 de julho de 1900, faz a sua doação total. A espiritualidade de São Francisco de Sales tinha marcado profundamente a família dos Martin, seja através de Teresa, como também por suas irmãs mais velhas Maria e Paulina, educadas no Pensionato da Visitação de Mans. Uma sua tia Visitandina, que foi confidente e conselheira da família, com espírito salesiano pregou a mansidão, o abandono e a submissão à vontade de Deus. Leônia se reveste de uma humildade serena, muito alegre nos recreios, coloca sua felicidade a serviço, para agradar sua Comunidade. Plena de delicadeza e cuidados para com as pessoas, sorri para tudo e para todos, irradiando paz e equilíbrio. Ela escrevia: “quero ser pequena... esquecer-me... confiar-me...”. Faleceu no dia 17 de junho de 1941. Os fiéis que usufruíram das suas orações e intercessão afirmam: “... ela será a santa do século XXI, a santa dos pequenos, dos excluídos, dos marginalizados”.