domingo, 1 de janeiro de 2012

O SACERDOTE E O AMOR

São José Cafasso


Nascemos para amar, vivemos para amar, morremos para ama ainda mais. É este, irmãos, nosso fim aqui na terra; este será, assim esperamos, o nosso destino futuro eterno. “Feliz daquele – diz Santo Agostinho – que aprendeu esta ciência o amor”. “O senhor é que é feliz! – dizia um bom leigo o grande doutor São Boaventura – feliz é o senhor que aprendeu e conhece tanta coisa!” – “Ah, meu filho – respondeu o santo – não tenha inveja da minha ciência; uma velhinha que sabe amar a Deus, sabe tanto quanto frei Boaventura...”

Esta resposta, que causou maravilha e admiração naquela alma simples, pode fornecer-nos a matéria para reflexão e confusão. Às vezes pensamos que conhecemos alguma coisa neste mundo; e, depois de tantos anos de estudo, parece-nos quase um insulto ter que tratar com certas pessoas rudes e ignorantes; contudo, se elas amam a Deus, sabem fazê-lo tão bem quanto nós, e, às vezes, melhor do que nós.

Existem, às vezes entre estas pessoas, corações muito zelosos, cheios de amor, enquanto os nossos, com tanta ciência, estão frios e gelados. E que vale toda a nossa ciência, se nos falta a primeira e principal, que é saber amar a Deus? Grande tesouro é para uma família, para uma cidade, um sacerdote que saiba amar, que viva e arda de caridade! Quanto bem se poderá esperar do exercício do seu ministério!

“Oh! Como é agradável! – dizia Santo Agostinho – falar de amor! Mas, é muito mais agradável praticá-lo!”.

Ah! Queira Deus que, inflamados hoje deste fogo celeste, começássemos aqui na terra, neste vale de lágrimas, o caminho de amor que, espero, um dia, será meu e vosso para sempre no céu!